top of page
descrição do projecto

           A construção monumental do Palácio de Mafra teve inicio no ano de 1717 e decorreu da vontade de D. João V, é composta por três núcleos distintos, mas interdependentes: palácio, convento e tapada, tratando-se, no seu conjunto, de elementos patrimoniais de elevada importância para a história da hidráulica em edifícios do século XVIII.

        O Palácio-Convento de Mafra e a Tapada de Mafra constituem dois elementos patrimoniais de relevo na história do uso da água em edifícios e propriedades reais (almoxarifados) quer a nível nacional, quer internacional. Ao longo da sua história identificam-se momentos nos melhoramentos da infra-estrutura relativa ao abastecimento de água, drenagem e saneamento que interessa destacar e documentar com profundidade. (Algumas datas: 1717 – Início das obras do Palácio-Convento de Mafra/ 1747 – Instituição da Real Tapada de Mafra/ 1897 – Obras de melhoria do transporte de água nas condutas da Tapada/ 1941 – Intervenção geral na Tapada).

           Esta investigação parte de um conceito de arquitectura entendida como um conjunto articulado de sistemas que, faseadamente, constituem preocupação do mestre construtor. O sentido da arquitectura portuguesa e das suas soluções técnicas ganha um novo enfoque se for analisado deste ponto de vista, sistema por sistema, solução por solução, até à cabal compreensão do edifício como unidade orgânica e funcional. Assim, num edifício encontramos, entre outros, o sistema de coberturas externas (telhados e terraços), sistema hidráulico (captação/adoção, recolha e escoamento), coberturas internas (abobadamento e suas tipologias), sistema murário (estereotomia da pedra, solução de rasgamento de aberturas, soluções de aparelhamento), e sistema de contrafortagem (arcobotantes, contrafortes internos e externos, etc.), funcionando em uníssono.

         O sistema hidráulico é um subsistema arquitectónico que pode ser compreendido atendendo ao seu duplo desenvolvimento: um refere-se à água potável, ao nível do solo (subsistema hidráulico inferior) e outro às águas pluviais (subsistema hidráulico superior), existindo uma articulação entre estes dois subsistemas, que, por sua vez, condicionam a organização do edificado.  

         Todo este conjunto demonstra uma elevada complexidade e cuidado, visto ser muito importante para os construtores/arquitectos, assegurarem a condução da água para o interior dos edifícios, de forma a garantir a sua subsistência, combater as infiltrações de águas, e a fazer face à pluviosidade nos edifícios.

         É nosso objectivo constituir uma base de conhecimento essencial para a compreensão das inter-relações entre sistemas, constituir fundamentação cientifica que possa apoiar as futuras intervenções de conservação e restauro; desenvolvimento de conhecimento cientifico inédito e a criação de roteiros e percursos para o conhecimento do edifício.

bottom of page