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evento

10 a 12

Outubro

Participação no  Seminário Internacional Alimentação, Saúde e Ambiente: Sustentabilidade e desafios

Lisboa

O Real Percurso da Água no Palácio de Mafra

Ana Alho

Palavas chave: Arquitectura, Hidráulica, Circulação, Sustentabilidade

 

RESUMO

A construção monumental do Real Edifício de Mafra teve início no ano de 1717 e decorreu da vontade de D. João V. É composto por três núcleos distintos, mas interdependentes: palácio, convento e tapada, tratando-se, no seu conjunto, de elementos patrimoniais de elevada importância para a história da hidráulica em edifícios do século XVIII.

O Real Edifício de Mafra e a sua Tapada constituem dois elementos patrimoniais de relevo na história do uso da água em edifícios e propriedades reais tanto a nível nacional, como internacional. Ao longo da sua história identificam-se várias intervenções com vista ao melhoramento das infra-estruturas relativas ao abastecimento, drenagem e saneamento da água que interessa destacar e documentar com profundidade.

Esta investigação parte de um conceito de arquitectura entendida como um conjunto articulado de sistemas que, faseadamente, constituem preocupação do mestre construtor. O sentido da arquitectura portuguesa e das suas soluções técnicas ganha um novo enfoque se for analisado deste ponto de vista, sistema por sistema, solução por solução, até à cabal compreensão do edifício como unidade orgânica e funcional. Assim, neste edifício encontramos, entre outros, o sistema de coberturas externas e internas, sistema hidráulico inferior, sistema murário e sistema de contrafortagem, funcionando em uníssono.

A nível arquitectónico, o sistema hidráulico pode ser compreendido atendendo ao seu duplo desenvolvimento em subsistemas: um referente à água potável, ao nível do solo, e outro referente às águas pluviais, ao nível das coberturas, existindo uma articulação entre estes dois subsistemas que, por sua vez, condicionam a organização do edificado.

Todo este conjunto demonstra uma elevada complexidade e cuidado, visto ser muito importante para os construtores/arquitectos, assegurarem a condução da água potável para o interior dos edifícios, de forma a garantir a subsistência de quem os habita e, combater as infiltrações de águas, afastando a água pluvial para fora dos edifícios.

É nosso objectivo nesta comunicação explanar as opções tomadas pelo arquitecto do Real Edifício de Mafra, no que diz respeito ao sistema hidráulico presente no conjunto edificado. Estas opções mostram-se bastante conscientes e diferenciadoras dos distintos espaços analisados, tendo em conta o seu uso e função. A partir desta análise iremos desenvolver a temática da hidráulica monumental, e das várias soluções encontradas no edifício de forma a provar que em cada espaço foram pensadas e aplicadas alternativas diferentes, para o escoamento das águas sujas e das águas pluviais. E finalmente desejamos também compreender o circuito que a água faz desde a sua adoção (Tapada Real), condução no grande conjunto patrimonial (Basílica, Convento e Palácio) e evacuação.

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